A ideia de vida abundante para muitos, é uma vida
de alegria e conquistas. E, na verdade, é. Uma alegria
que não depende de situações que somente alegram e conquista, no maior sentido
da palavra; Superior à que satisfaz ao ego, somente. O ouvir o som da
responsabilidade ou deveres, tem dado um lugar enorme ao som “macio” da
conquista de uma situação livre de pedras no caminho, para então, irmos
adiante. Fugindo desta forma de conquista, apenas, ouvimos:
“Não me fale, isso”! Eu não quero ouvir
mais sobre, mais deveres, ou dificuldades, pois Jesus já conquistou tudo para
mim. O pragmatismo impensado, gritando, com toda a sua indignação em relação a
esse “desconforto”, em ouvir toda a verdade, mais do que bradando para uma
verdadeira conquista. Este é o triste retrato que temos visto, sendo “pintado”;
A ideia torpe fomentada. Tem se tornado insuportável, este
“peso” imposto por pregadores e igrejas que, neste “casamento”, de
interesses, tem arrastado “os filhos” para um descuidado exemplo. A vida
abundante deixou de ser a vida que supera dificuldades e resiste a tempestades,
para ser, simplesmente, a vida que obtém primeiro, para ser feliz depois. Jesus
conquistou de fato, uma vida abundante para nós, os que o aceitamos, sem
dúvida; mas como isso tem sido deturpado! A vida abundante é ABUNDANTE. Porém,
antes disso é VIDA.
Vida é algo bem maior; Algo maior do que humanamente a sustem
feliz. “Por isso vos digo: Não
andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou
pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?” Mateus, 6:25.
Não fosse assim, seria, a boa parte dos cristãos no mundo, sofredor
de alguma falta uns fracassados e, com eles, boa parte dos servos presentes no
antigo e novo testamento. Não é necessário ir muito longe para ver os frutos,
destes que absorvem este ensino carente ou ignorante de um contexto Bíblico.
Nos dias atuais, o amor ao Deus da benção se esfria e com ele, todos os
atributos desse amor, afinal, com a desculpa de que Jesus já pagou o preço para
que tenhamos uma vida abundante, temos, é que tê-la, somente! Para que, o
restante? De que serve pensar em outros atributos, como os frutos do Espírito,
tão deixados de lado na “NEO” prática cristã que só busca para si? É a nossa
triste crença atual e inclusive cristã, do ter, que infelizmente é bem maior do
que o SER. Vida abundante é a vida que transborda de vida. Não, de conquistas
materiais, de empregos e cargos e tudo o mais que a igreja entende, como sendo
de direito, porque ela já sofreu muito…
Por conta de certos equívocos em relação a essa ideia de “restituição”
a qualquer preço, nos tornamos bem parecidos com as classes sociais que querem
mais os seus direitos, em detrimento da coletividade. Não há como não alertar a
esta igreja “consumista” de bênçãos e milagres, que não admite o viver sem
eles. Gostaria de saber onde se enquadram os que vivem uma vida de privações ao
redor do mundo, ou que abrem mão de suas vidas em favor do evangelho? “Dormiram
no ponto”? Estão cegos pelo pecado? São carentes de uma fé genuína? A vida
“abundante” dos cristãos que se refestelam em “shows gospels” que levam a uma
expressão-carnal-santa, dentro das igrejas, não suportam nem a si, em momentos
onde o Deus da benção os quer fazer crescer, o que dirá, ao restante dentro e
fora dela. O Fruto é o amor frio, que tem “resfriado” a muitos. Vida abundante
passou a ser a vida que vai para as ruas e lá, ao invés de glorificar e
anunciar o Salvador e seu amor diante da incapacidade do pecador está mais para
conquistar o direito de resposta, aos ofensores da igreja. Deus honra o seu
povo, e quer pra ele o melhor; A Igreja deve conquistar e avançar para
conquistar o mundo para Deus.
O problema, é que conquistar o mundo para Deus é outra coisa…
Rogério Ribeiro
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